terça-feira, 3 de abril de 2012

Alfabetização


Alfabetização


Tarefa Apresentada na disciplina de
Processos de Leitura e Escrita I-
UFSM

Aprender a ler e escrever é um grande desafio. Para nós, parece tão fácil não é? Muitas vezes os envolvidos no processo de alfabetizar, e ainda a família, precisam parar e refletir um pouco sobre tudo o que está envolvido no processo de alfabetização.

As dificuldades das crianças no início do processo de aprendizagem da linguagem escrita podem ser bastante grandes, ainda que apresente um perfil normal de desenvolvimento.

A escrita não reflete uma exata correspondência com a fala. Ela representa por meio de letras, os fonemas, mas nem sempre a um fonema corresponde uma letra, como por exemplo, a palavra chave, assim, muitas vezes a palavra escrita tem mais letras do que os sons que pronunciamos (grafemas). Raramente usamos os fonemas isoladamente, sendo, que de início, a unidade mais facilmente apreendida pela criança é a sílaba, um dos motivos pelos quais, aliás, a criança antes de chegar a fase alfabética se utiliza da representação silábica.

Para que isso ocorra o professor não pode ser visto nem se conformar em ser apenas aquele que ensina e que prepara provas e aulas. Ele é, num enfoque holístico, antes de tudo, aquele cuja função primeira é educar e aprimorar o aluno como pessoa humana.

O professor traz dentro dele toda uma história de vida, todas as influências de seu grupo sócio-econômico, crenças e mitos familiares de pelo menos três gerações, as influências do clima de trabalho que vivencia, sua relação com colegas de trabalho, seu estado emocional, quando entra em sala-de-aula. Por isso a importância de o professor também se avaliar e atentar para o que lhe pertence e que pode estar interferindo na relação com seus alunos e no modo como está exercendo seu papel de educador.

Atualmente, a alfabetização e o letramento são termos usados quando se fala do processo de aprendizado da linguagem escrita pela criança. Entretanto, como a grande maioria dos conhecimentos em educação, o uso desses termos virou moda, e já estão até desgastados, sem que os professores tenham compreendido seu real significado. Nesse sentido, vale a pena retomarmos esses conceitos e, sobretudo, pensarmos em seus desdobramentos práticos.

Segundo Magda Soares, alfabetização seria a aquisição da tecnologia da escrita alfabética e de sua utilização para ler e escrever. Para ter domínio dessa tecnologia, é necessário conhecer o alfabeto, memorizar as convenções letra–som e dominar o traçado das letras, entre outras competências.

Letramento, para a mesma autora, seria o estado ou a condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva as práticas sociais que usam a escrita. Seria, portanto, o uso competente da tecnologia da escrita nas situações de leitura e produção de textos reais, com sentido e significado para quem lê e escreve.

É importante pensar que se queremos “alfabetizar letrando”, como recomenda Magda Soares, acredito que devemos partir de algumas premissas básicas:

· uma concepção de aquisição da linguagem escrita como parte do processo de letramento, isto é, de um aprendizado que se dá nas práticas sociais reais de leitura e escrita, vivenciadas pelas crianças e que, portanto, não se restringe ao domínio do código;

· uma visão de ensino da linguagem escrita como uma ação intencional do professor, que deve ser pensada, nas propostas pedagógicas, no contexto de aprendizagem de outras linguagens;

· o direito da criança a um maior tempo de escolarização, tendo em vista a ampliação de suas possibilidades de aprender no âmbito de uma cultura letrada, com acesso, desde muito cedo, a produções culturais de qualidade, criadas pelo homem na sua trajetória histórica.

Pensando assim, o momento de trabalhar a alfabetização é excelente para recuperar e revitalizar os ditados populares, provérbios, parlendas e quadrinhas. Aproveite também esse momento para ler poemas, histórias e outros textos que podem encantar as crianças, despertando seu desejo de ler e escrever autonomamente.

Construa com elas seus próprios textos. Você pode selecionar os que elas mais gostam e construir cadernos ou livros coletivos de poemas, parlendas ou músicas, para uso de todos ao longo do ano.

Um dos grandes desafios é como fazer coletivamente esse material, se muitas das crianças ainda não sabem ler e escrever. Se quiser letrá-las enquanto ainda não dominam totalmente a tecnologia da alfabetização, você terá desempenhar o papel de escriba[1] e de leitor (a) para elas. Contudo durante muito tempo a alfabetização foi entendida como mera sistematização do “B + A = BA”, isto é, como a aquisição de um código fundado na relação entre fonemas e grafemas. Em uma sociedade constituída em grande parte por analfabetos e marcada por reduzidas práticas de leitura e escrita, a simples consciência fonológica que permitia aos sujeitos associar sons e letras para produzir/interpretar palavras (ou frases curtas) parecia ser suficiente para diferenciar o alfabetizado do analfabeto.

Com o tempo, a superação do analfabetismo em massa e a crescente complexidade de nossas sociedades fazem surgir maiores e mais variadas práticas de uso da língua escrita. Tão fortes são os apelos que o mundo letrado exerce sobre as pessoas que já não lhes basta a capacidade de desenhar letras ou decifrar o código da leitura. Seguindo a mesma trajetória dos países desenvolvidos, o final do século XX impôs a praticamente todos os povos a exigência da língua escrita não mais como meta de conhecimento desejável, mas como verdadeira condição para a sobrevivência e a conquista da cidadania. Foi no contexto das grandes transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e tecnológicas que o termo “letramento” surgiu, ampliando o sentido do que tradicionalmente se conhecia por alfabetização (Soares, 2003).

Hoje, tão importante quanto conhecer o funcionamento do sistema de escrita é poder se engajar em práticas sociais letradas, respondendo aos inevitáveis apelos de uma cultura grafocêntrica. Assim, enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de uma sociedade (Tfouni, 1995, p. 20).

Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se Letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos (In Ribeiro, 2003, p. 91).

Ao permitir que o sujeito interprete, divirta-se, seduza, sistematize, confronte, induza, documente, informe, oriente-se, reivindique, e garanta a sua memória, o efetivo uso da escrita garante-lhe uma condição diferenciada na sua relação com o mundo, um estado não necessariamente conquistado por aquele que apenas domina o código (Soares, 1998). Por isso, aprender a ler e a escrever implica não apenas o conhecimento das letras e do modo de decodificá-las (ou de associá-las), mas a possibilidade de usar esse conhecimento em benefício de formas de expressão e comunicação, possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas em um determinado contexto cultural.

Para que ocorra a alfabetização os educadores procuram diferentes métodos para ensinar sues alunos. Irei descrever alguns:

Método sintético é aquele que estabelece correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e o escrito, isso ocorre através do aprendizado de letra por letra, ou sílaba por sílaba e palavra por palavra.

Este método pode ser dividido em três tipos:

Método Alfabético: a criança aprende primeiro as letras, depois forma as silabas, juntando consoantes com as vogais e depois formam a palavra. A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai até conhecer histórias.
Ou seja, nesse processo a criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra, por exemplo: s, a, as, p, o, po =sapo. O professor com esse método utiliza a cartilha.

Método Fônico: é também chamado de método fonético, onde o professor ensina o som das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba que forma. Nesse método deve ser utilizado atividades lúdicas. São ensinadas primeiro as sílabas mais simples e depois as mais complexas. Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares dos países desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética.

Método silábico: é ensinado as sílabas para formar as palavras. A aprendizagem é feita primeiro através de uma leitura mecânica do texto, através da decifração das palavras, vindo posteriormente a sua leitura com compreensão.
Nessa visão cabe o professor a verificar e estudar qual é o melhor método a ser utilizado com os seus alunos.



[1] Segundo dicionário Aurélio escriba é aquele que faz cópia, copia para o outro।


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Projeto Político Pedagógico

Sabemos que toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar, por isso precisam construir um documento que contemplem esse conjunto de aspirações, bem como os meios para concretizá-las, esse documento é o chamado projeto político-pedagógico - o famoso PPP.
PPP, as próprias palavras que compõem o nome do documento representam o seu significado
- É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.
- É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.
- É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.
Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia, ou seja, aquele que indica a direção a seguir não apenas para gestores e professores, mas também funcionários, alunos e famílias.
O PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação que todos os membros das equipes gestora, pedagógica e membros da comunidade escolar devem consultar a cada tomada de decisão. Para isso, o projeto da escola não pode estar engavetado, desatualizado ou inacabado. Para afirmar esta colocação utilizo as palavras de Paulo Roberto Padilha, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo, que "O PPP se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de parâmetro para discutir referências, experiências e ações de curto, médio e longo prazo”.
Para que o PPP tenha êxito é necessário que seja construído coletivamente, pois ele é o norte, o resumo, a direção do trabalho escolar, tanto para os professores, equipe diretiva e para toda a comunidade escolar. Nesse sentido Veiga 2000, p.192 aborda que o PPP possibilita que as potencialidades sejam equacionadas, desligitimando as formas istituidas.
Também se pode destacar que o PPP é um movimento constante para orientar a reflexão e ação da escola, onde todos os envolvidos devem, quando necessário ler novamente para verificar se seu trabalho condiz com o que foi elaborado como prioridades e o que se acredita para a educação de seus alunos.
Para Veiga, destaca-se que o PPP é um documento programático que reúne idéias, fundamentos, orientações curriculares e organizacionais de instituições educativas ou de um curso.
Para que este documento seja elaborado, deve haver mudanças de paradigmas e conceitos entre os professores, direção e até mesmo por parte das secretarias de educação, deve ser construído de uma forma onde todos estejam envolvidos e com os mesmos objetivos para a educação, não deve ser algo imposto, onde apenas alguns construam e após repassem para as escolas e sejam engavetados.
Percebe-se no texto que o PPP veio como um meio para inovar a estrutura de orientação para a comunidade escolar, ou seja, que todos possam ter um rumo, ou ter um mesmo norte para a educação da instituição educacional, em questão. Por isso muitas vezes não é repassado para toda a comunidade escolar por medo das mudanças e até mesmo pela cobrança dessas mudanças. Pois inovar, propor novas idéias ou ter um mesmo objetivo só tem sentido a partir do momento em que ele entra em relação com o já existente. Também inovar é introduzir algo diferente dentro do sistema para produzir mudanças.
Para que aconteça a efetivação e a construção de um PPP que realmente seja valido para a educação escolar, deve haver interesse de todos, desde pais, alunos, professores, direção, secretaria de educação e também deve haver cobranças dos órgãos competentes e responsáveis pela educação; exemplo Conselhos de Educação.
Não basta fazer apenas mais um documento para ser engavetado, mas sim um documento para ser utilizado por todos em prol de uma educação que vise o interesse de todos os envolvidos.

terça-feira, 10 de maio de 2011